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A gravidez é um período de grande mudança na vida de uma mulher, repleto de momentos de alegria, expectativa e, muitas vezes, ansiedade. Embora a saúde física seja sempre a preocupação central, é fundamental não negligenciar a saúde mental, tanto durante a gravidez como no período pós-parto.
Neste Dia Mundial da Grávida assinalamos a importância de cuidar do bem-estar mental e emocional da mãe.
Saúde mental na gravidez
Durante a gravidez, o corpo passa por alterações hormonais intensas, que podem ter impacto direto nas emoções e no equilíbrio psicológico. É comum que as futuras mães se sintam assoberbadas por um turbilhão de sentimentos que vão oscilando entre sentimentos como felicidade, dúvida, medo ou ansiedade.
Existem duas condições relativamente comuns de acontecer nesta fase:
A ansiedade pré-natal, onde a mãe tem uma preocupação excessiva com a saúde do bebé, o momento do parto ou as responsabilidades que se avizinham no futuro próximo.
A depressão durante a gravidez, que ocorre entre 10% a 15% das mulheres grávidas e, ainda que não seja tão falada como a depressão pós-parto, inclui sintomas de depressão – como a tristeza profunda, falta de energia e dificuldades em sentir alegria.
O que pode ajudar?
Apoio emocional: conversar com amigos, familiares ou grupos de apoio pode aliviar o stress. A partilha de sentimentos ajuda a mulher a perceber que não está sozinha.
Exercício físico moderado: atividades como caminhar ou praticar ioga para grávidas podem melhorar o humor e diminuir a ansiedade.
Rotina de sono: dormir bem é essencial, tanto para o equilíbrio emocional quanto para a saúde física.
Acompanhamento médico: informar o médico sobre qualquer sintoma psicológico é fundamental, pois pode ser necessário um acompanhamento mais próximo.
Saúde mental no pós-parto
No período pós-parto, a saúde mental da mãe é crucial. O nascimento de um bebé acarreta consigo uma nova responsabilidade, uma mudança drástica de rotinas, privação do sono e um enorme desafio emocional.
É importante saber distinguir duas condições diferentes: baby blues e depressão pós-parto.
Baby Blues: nas primeiras semanas após o parto, é comum que a mulher sinta tristeza, choro fácil, irritabilidade e alterações de humor. Conhecidos como baby blues, este sintomas afetam cerca de 80% das mães e tendem a desaparecer ao fim de duas semanas.
Depressão pós-parto: bastante mais séria e duradoura, a depressão pós-parto afeta entre 10 a 20% das mães. Os sintomas incluem tristeza profunda, sentimentos de culpa, fadiga extrema e, muitas vezes, falta de ligação com o bebé. Esta condição não deve ser ignorada, pois pode afetar tanto a mãe quanto o desenvolvimento do bebé.
Existem diversas causas para a depressão pós-parto como alterações hormonais – após o parto, os níveis de estrogénio e progesterona diminuem drasticamente, o que pode levar a alterações no humor – falta de sono, uma vez que a privação de sono constante pode desencadear ou agravar sintomas de depressão e isolamento, muitas mães sentem-se isoladas ou sobrecarregadas com a responsabilidade de cuidar de um recém-nascido.
O que pode ajudar?
Falar abertamente: partilhar os sentimentos com o parceiro, família ou amigos é um passo crucial para encontrar apoio e ajuda.
Procurar ajuda profissional: um psicólogo ou psiquiatra pode ajudar a lidar com os sentimentos de depressão ou ansiedade e, em alguns casos, pode ser recomendada medicação segura para mães a amamentar.
Pedir ajuda prática: delegar tarefas, como a alimentação do bebé ou os cuidados domésticos, pode aliviar a pressão do dia-a-dia.
Grupos de apoio: participar em grupos de mães ou em fóruns online pode ser uma fonte de conforto e de conselhos práticos.
O papel do parceiro, da família e dos amigos é essencial para a saúde mental da mãe. É bastante importante criar uma rede de suporte onde a mãe se sinta ouvida e, sobretudo compreendida sem que sinta que está a ser julgada.
É fundamental que saiba que não está sozinha e que é normal sentir-se vulnerável neste momento tão transformador como é a gravidez e o pós-parto.
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