Literacia Financeira

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Por literacia financeira entende-se um conjunto de ferramentas que nos permitem ter capacidades de tomar decisões informadas face às nossas economias pessoais, de forma a gerir o nosso património de modo eficaz.

Mas será que, em Portugal, existe literacia financeira? Estão os portugueses habilitados a fazer uma gestão correta do seu orçamento familiar?

Portugal e o resto do mundo...

Através dos últimos dados do Banco Central Europeu (BCE, 2020), é possível ver que Portugal consta em último lugar num ranking de 19 países europeus face à literacia financeira. O que isto significa? Os portugueses, a nível particular, não têm conhecimentos suficientes para gerir o seu dinheiro.

Em contrapartida, a Dinamarca e os Países Baixos estão em primeiro lugar no ranking, demonstrando que os seus habitantes têm uma literacia financeira bastante elevada.  Finlândia, Bélgica e Irlanda completam os 5 primeiros lugares do estudo.

Todos os dias se ouvem termos como “inflação”, “rendimentos passivos”, “juros compostos”, “certificados de aforro”, mas nem sempre existe a real compreensão sobre o significado dos mesmos.

Mas porque devemos apostar na Educação Financeira?

Em Portugal ainda está muito presente a cultura de não se falar sobre dinheiro, é um assunto tabu. Não se fala sobre ordenados, não se contestam preços e só a palavra ‘investimentos’ ainda causa medo.

Os portugueses têm um dos menores poderes de compra na União Europeia, tendo diminuído ainda mais em 2022, ao contrário de Luxemburgo, Irlanda e Dinamarca onde o poder de compra é muito superior à média europeia e a Portugal. Assim, é urgente e imperativo investir na educação e literacia financeira.

Pensar no futuro a longo prazo

Se é verdade que a reforma pode estar longe, para que esta seja vivida com menos preocupações, é necessário começar a pensar nela agora. Ninguém quer chegar à idade da reforma e perceber que daqui em diante não tem possibilidades financeiras para ter qualidade de vida.

Comece por pesquisar os Planos de Poupança Reforma (PPR), que por si só são um bom princípio para uma poupança a longo prazo capaz de complementar a sua reforma.

Constituir família, comprar uma casa, ou comprar um carro são objetivos que carecem de um planeamento cuidado e no aumento da qualidade de vida futura sem limitar o presente.

Assim, uma dica é estabelecer que objetivos tem e para quando os quer cumprir, de forma a perceber quanto dinheiro teria de poupar por mês para os atingir. Para esse efeito poderá criar subcontas e automatizar pagamentos para que assim que receba, esteja a poupar. Ou poderá tornar algo mais lúdico e ter mealheiros próprios para cada objetivo.

Fundos de Emergência

A desgraça não acontece só aos outros e ter poupanças destinadas a salvaguardar um imprevisto que possa acontecer é algo que deixa uma mente mais descansada. Não é chamar a tragédia à nossa casa, mas se ela vier, há como mandá-la embora mais cedo de forma mais tranquila.

Algo a reter é ter em conta que o fundo de emergência deve ter dinheiro suficiente para, no mínimo, pagar as despesas fixas entre seis e doze meses.

Uma dica para o criar, é todos os meses transferir dinheiro de forma automática para a conta destinada para esse efeito ou pôr dinheiro num mealheiro que não se abre com facilidade e “esquecer” que esse dinheiro existe até efetivamente ser preciso.

Lembrar que o importante é constituir o fundo de emergência, portanto se num mês só consegue pôr de parte 25€, está incrível. Mais vale uma quantia mais baixa do que ter o pensamento que não vale a pena poupar “tão pouco”.

Outra dica é fazer da poupança um jogo: o jogo das 52 semanas, em que progressivamente se poupa mais.

Um ano civil tem 52 semanas e o objetivo do jogo é ir aumentando – em um euro – o valor que poupa todas as semanas.

Na primeira semana começa por poupar um euro.

Na semana seguinte aumenta para dois euros.

Na terceira passa para três euros e assim, consecutivamente, até que na 52ª semana do desafio, poupa 52 euros.

Se não falhar uma única semana, no final do ano terá conseguido, sem grande esforço, poupar 1,378 euros.

Estes valores não são fixos, podem ser ajustados de acordo com as finanças de cada um.

Gerar riqueza

A riqueza, neste caso, é ter o suficiente para que haja uma consciência do dinheiro sem que este controle a nossa vida. Quando não sabe o que acontece ao seu ordenado, tem de recusar planos com amigos, e não prevê os imprevistos, é provável que se sinta nervoso com as finanças e estas comecem a dominar a sua vida. Poderá também começar a sentir a denominada ansiedade financeira.

Leia também:

O que é a ansiedade financeira?

Felizmente, cada vez mais têm surgido recursos para nos educar a tomar boas decisões com o nosso dinheiro, existem podcasts como o do MoneyBar de Bárbara Barroso, assim como o seu livro “Ponha o seu dinheiro a trabalhar para si”.

A nossa chave

A MentalKey oferece um conjunto de vários workshops em inúmeras áreas. Ensinamentos como aprender a gerir o seu dinheiro, perceber as contribuições para a Segurança Social e Finanças são alguns dos temas que pode encontrar nas nossas soluções.
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